O PROJETO RESGATE de Documentação Histórica “Barão do Rio Branco” é um programa de cooperação arquivística internacional que tem como objetivo identificar, catalogar e reproduzir a documentação manuscrita de interesse para a memória nacional do Brasil e Portugal, assim como a de outros países de tradição cultural comum.
As pesquisas nos arquivos estrangeiros iniciaram em 1839 graças ao incentivo do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Mas o PROJETO RESGATE só pôde ser sistematizado após o Acordo Cultural (1966), o Protocolo de Microfilmagem Brasil-Portugal (1983). Esses e outros acordos viriam a ser consagrados pelo Tratado de Amizade Brasil-Portugal (2000).
A Fundação Biblioteca Nacional é responsável pela curadoria da documentação compulsada no exterior e pela gestão dos acordos de cooperação técnica internacional vinculados ao PROJETO RESGATE. Realiza a sua missão, sob a supervisão do Conselho Nacional de Arquivos (CONARQ), junto à seção brasileira da Comissão Luso-Brasileira para Salvaguarda e Divulgação do Patrimônio Documental (COLUSO).
O recém-criado CENTRO DE MEMÓRIA DO PROJETO RESGATE, vinculado ao Centro de Cooperação e Difusão da Fundação Biblioteca Nacional, tem por finalidade guardar, preservar, difundir e promover o precioso patrimônio documental compilado pelo PROJETO.
Anteriormente, só era possível consultar a rica documentação que se encontra sob a custódia de instituições estrangeiras por meio de dispendiosas viagens e longas pesquisas. O CENTRO DE MEMÓRIA DO PROJETO RESGATE pretende organizar e tornar acessível este imenso acervo aos pesquisadores e ao grande público, prestando uma inestimável contribuição para a memória brasileira.
A institucionalização do PROJETO RESGATE ocorreu na iminência das comemorações dos 500 anos da chegada dos portugueses ao território brasileiro. Como parte dos preparativos para o quinto centenário do Descobrimento do Brasil, o CONARQ impulsionou a criação da COLUSO (1996) e a aprovação do Plano Luso-brasileiro de Microfilmagem (1997), dando grande impulso à coleta de documentos, especialmente no Arquivo Histórico Ultramarino, em Portugal. Em seguida, grande parte do acervo microfilmado foi digitalizado, vindo a ser distribuído em CD-ROM pela Fundação Biblioteca Nacional. Com o apoio da Petrobras, parte do material chegou a ser temporariamente disponibilizado on-line pelo Centro de Memória Digital da Universidade de Brasília (CMD/UnB) e por outras instituições. Atualmente, o acervo pode ser consultado na Biblioteca Nacional Digital.
Reportagem sobre o Projeto Resgate no Arquivo Ultramarino (2003)
Em 1974, a Organização das Nações Unidas Para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) incentivou seus Estados membros a refletir sobre a possibilidade de transferência documental entre as nações que possuem uma história comum.
O PROJETO RESGATE sempre foi ao encontro dessa recomendação de forma exemplar.
A fim de fortalecer, difundir e ampliar o alcance do PROJETO RESGATE, os recursos para a sua manutenção advêm, desde 2015, de um projeto de cooperação técnica internacional com a UNESCO (PRODOC 914BRZ3025).
Até o momento, foram feitos o levantamento e a reprodução de documentos existentes em instituições de memória da Áustria, Suécia, Espanha, Holanda, Bélgica, França, Reino Unido, Itália, Santa Sé e Estados Unidos da América. O CENTRO DE MEMÓRIA DO PROJETO RESGATE pretende, a curto prazo, tornar disponível esse novo acervo, oferecer instrumentos de pesquisa mais atualizados e ampliar o mapeamento dos documentos existentes em outros continentes.
Alguns dos materiais indicados nos links deste mapa são referentes a projetos semelhantes de outros países.